Desemprego cresce e já provoca crises nas famílias brasileiras

Desemprego cresce e já provoca crises nas famílias brasileiras

Em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de desempregados chefes de famílias, homens e mulheres, atingiu 22,7% dos trabalhadores e trabalhadoras com idades entre 40 e 59.  No total, 27,6 milhões de brasileiros sofriam com a falta de postos de trabalho no país (12,9 milhões estavam desempregados).

  • 6,6 milhões subocupados: pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais;
  • 8,1 milhões poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial). Este grupo inclui os 4,8 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego)
  • e outras 3,3 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como trabalhadores que deixam o emprego para cuidar dos filhos.

A situação de desesperança desse exército de desempregados, subocupados ou desalentados é preocupante, disse em entrevista ao Portal CUT o psicanalista e professor da USP Christian Dunker, ao constatar o drama dos trabalhadores em seu consultório.

“Me espanta que se fale tão pouco sobre como a perda do emprego acaba em dissolução de casais, pois pega muita gente desprevenida”.

Segundo o professor, “é importante o período de luto, ficar triste, ficar com raiva e dividir com outros sua tristeza. É o mesmo que ir a um velório, a gente enterra, se despede da pessoa. Com o desemprego é o mesmo e as pessoas acabam pulando esse momento”.

 

 

Golpe de 2016 aumentou crises familiares

Segundo o psicanalista Christian Dunker, no início da crise econômica, logo após o golpe de 2016, as relações familiares, especialmente da classe média, não foram muito afetadas. Mas, depois de algum tempo, com as pessoas indo de um emprego a outro, de forma precarizada e, agora, desempregadas, os relacionamentos familiares têm se deteriorado.

“Muitos dos meus pacientes mudaram de casa, e agora não têm como pagar o cartão de crédito, o colégio das crianças. A crise chegou para a classe média e a classe média alta”, conta o psicanalista.

 

Os dados do desemprego são assustadores. E os reflexos da crise para os trabalhadores já começam a atingir as famílias. É o que demonstra um estudo publicado pelo Jornal GGN. Em matéria especial com Christian Dunker, o psicanalista explica como lidar com o drama que afeta milhares de trabalhadores. Acesse o link abaixo para ler a matéria completa:

Desemprego entre chefes de família causa crises e separações

 

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